Luane Martiniano - CRN3-42836
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Mais amor, por favor

Para um Blog sobre alimentação esse título parece no mínimo um pouco estranho, apesar do título soar bem adequado se pensarmos em tudo o que vem acontecendo pelo mundo. Deixando os sérios problemas do mundo por um momento apenas de lado, esse texto é para falar sobre um relacionamento. O relacionamento entre você e o que você come, você e a sua alimentação. Pode não parecer um relacionamento, mas é sim, se você parar pra pensar. Nós escolhemos o que comemos (pelo menos assim deveria ser) e o que comemos pode desencadear diversos sentimentos e sensações. Felicidade, tristeza, conforto, mal estar, alegria, tédio, prazer, culpa, saudade, satisfação, ansiedade, a lista não tem fim. A comida está com você na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Mas por que algumas pessoas tem relacionamentos mais bem sucedidos com a comida do que outras? A resposta para essa pergunta é bem complexa, é acima de tudo individual e depende de muitos fatores. Esse post não tem a pretensão de responder a essa pergunta, mas apenas de fazer uma analogia que talvez possa ajudar a enxergar a sua relação com a comida de uma forma diferente e, quem sabe, melhorar a situação entre vocês.

Lembra de quando as suas amigas te falavam para largar aquele cara que não estava nem aí pra você? Ou pelo menos quando rolava aquele silêncio depois de você contar a sua história super empolgada e cheia de esperanças com um cara com quem não tinha nada em comum (no melhor estilo balde de água fria)? Suas amigas só queriam o seu bem, mas você estava apaixonada, ignorou os conselhos delas e quebrou a cara. Provavelmente muitas vezes. Alguma hora a gente aprende que um bom relacionamento, um relacionamento com amor, faz bem pra você, tem seus altos e baixos com certeza, mas tem muitos “meios”, porque é equilibrado, porque traz paz, porque não é para durar algumas semanas, mas idealmente a vida toda, não é? Com a alimentação não é diferente. Ter um affair tórrido com a sua comida é insustentável, pelo menos para a sua saúde, porque não é amor e sim obsessão. Acho interessante tentar pensar no seu relacionamento com a comida como um casamento. Tem os momentos de lavar roupa e falar de contas, tem os momentos de comemorar o aniversário de casamento no restaurante preferido, os momentos de adormecer juntos vendo TV sábado à noite, os momentos de ir no show da banda que toca a musica de vocês. E sim, dá trabalho. Mas é amor. E amor faz bem. Com a alimentação pode ser assim também. Tem os dias de ir no restaurante e enfiar o pé na jaca, mas a maioria dos dias devem ser normais e a maioria dos alimentos devem ser aqueles que te fazem bem. Por favor, não achem que estou dizendo que um casamento e que a alimentação tenham que ser sem graça, pelo contrário. Mas onde há amor, há equilíbrio.

A nossa fome e nosso comportamento alimentar são controlados não pelo nosso estômago, mas sim pelo nosso cérebro. Por isso amar em termos de alimentação é achar equilíbrio e paz, é comer consciente do que se está comendo, com prazer e sem distrações, é comer ouvindo o seu corpo e a sua fome, é também dormir bem e o suficiente. É comer frutas, verduras, fontes de proteína, de energia e de gordura, é comer em comemorações com amigos, família, colegas de trabalho, é tentar fazer a sua própria comida sempre que possível, é tentar comer os alimentos o menos industrializados possível. Para aquelas que ainda não acharam esse amor e equilíbrio, a gravidez é um ótimo tempo para tentar aprender. Muitas acabam aprendendo pelo seu bebê, o que é ótimo, mas melhor ainda é fazer também por você.

Mamachouchou deseja a todas um Feliz Natal e um Ano Novo com muito mais amor, por favor.

 

P.s.: se você se interessa em como o nosso cérebro controla a nossa fome, tenho um ótimo livro para você: O peso das dietas, Autora Sophie Deram.

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